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04/04/2023
Pousada da Esperança abre as portas em Rio Preto
Das 70 vagas destinadas a pessoas em situação de rua, metade foi ocupada já no primeiro dia: é o início do projeto de retomada da dignidade
Metade das vagas disponibilizadas na Pousada da Esperança, local de abrigo temporário para pessoas em situação de rua, foi ocupada no primeiro dia de funcionamento do espaço administrado pelos frades franciscanos de Jaci em parceria com a Prefeitura de Rio Preto. Essa é a primeira iniciativa para reduzir a quantidade de sem-teto na cidade. Ao todo, 35 pessoas foram encaminhadas ao local nesta segunda-feira, 3.

Atualmente, 780 pessoas estão em situação de rua em Rio Preto: 410 estão fixados na cidade e 370 são trecheiros, aqueles que regularmente mudam de cidade.

Mantida em parceria com a Secretaria de Assistência Social, a Pousada da Esperança é a grande aposta do governo Edinho Araújo (MDB) para enfrentar o crescimento na quantidade de pessoas sem-teto, principalmente na região central da cidade.

“Abrigamos 35 pessoas neste primeiro dia. É o resultado da estratégia de trabalho da equipe do Centro Pop, que tem se dedicado em sensibilizar os moradores”, diz a secretária da pasta, Helena Marangoni.

A Pousada da Esperança funciona na Antiga Casa do Clero, imóvel da diocese de Rio Preto projetado para abrigar padres idosos, tendo sido emprestado pelo bispo Antônio Emídio Vilar para a realização do projeto. O local fica na Estância Morada Campestre.

As pessoas que estão sendo enviadas até a Pousada foram convidadas por meio de abordagens feitas pelo serviço público, ongs, pastorais católicas, grupos espíritas e evangélicos.

Depois do acolhimento, essas pessoas vão passar por uma triagem. O prazo inicial de permanência é de até 30 dias. Os homens serão enviados para a Casa de Cirineu e as mulheres para a Casa da Mãe, locais mantidos pelos freis franciscanos.

Quando houver problemas de saúde, os sem teto serão encaminhados para a Rede de Saúde.

Aquelas pessoas que optarem pela internação vão para cinco comunidades terapêuticas instaladas em Jaci, Estrela d’Oeste, Tabapuã e Santa Fé do Sul. Também há alternativa de abrigar os moradores de rua idosos, sem familiares para acolhimento, no Hospital Lar Nossa Senhora das Graças.

Formação

O sonho dos freis franciscanos é colocar em funcionamento até o ano que vem um projeto de formação e trabalho artesanal, a ser desenvolvido no espaço do antigo IPA, cedido pela Prefeitura de Rio Preto.

Nos próximos dois dias, mais dois grupos de moradores de rua serão acolhidos na Pousada. Todos vão passar pelas avaliações da assistente social Adriana Lima e da psicóloga Sara dos Santos Oliveira. “Vamos fazer um trabalho de recuperação da identidade que eles perderam neste tempo todo em que viveram nas ruas. Vamos mostrar o quanto podem ser amados e que estamos aqui para acolhê-los”, diz Sara.

Além da alimentação e banho, os moradores de rua serão convidados a participar de atividades esportivas e dos grupos internos de debate. Parte do tempo será utilizada para a realização de cursos de artesanato.

Para demonstrar que a intenção é o acolhimento, os portões de entrada da Pousada são mantidos destrancados como prova de que os sem tetos estão livres, diz o coordenador da pousada, frei Simão Stain. “Neste primeiro momento vamos ajudar as pessoas a conhecerem a infraestrutura e as normas.”, diz o religioso.

Superintendente da Associação, Nilson Alberto de Angelus acredita em baixo índice de desistência das pessoas acolhidas. “Aqui ele vai ser acolhido, atendido e a equipe vai abrir um diálogo para entender porque essa pessoa está na rua. Muitos estão nas ruas por vários problemas, como drogas, depressão, brigas familiares e até falta de saúde mental”, afirma o superintendente.

Expectativas positivas

“Meu nome está na lista? Olha aí, por favor”. “Eu quero sair da rua”. “Tem vaga para mim?” Essas foram as frases mais ouvidas na manhã desta segunda-feira, 3, ditas por integrantes do primeiro grupo de 35 pessoas em situação de rua abrigados na Pousada da Esperança.

Com os cabelos brancos rastafári, Marcelino dos Santos, 45 anos, estava com a mochila na mão – com seus poucos pertences – à espera na fila para embarcar em uma van no Centro Pop direto para a Pousada da Esperança. “Quero melhorar cada vez mais. Já vivi no mundo das drogas, hoje não estou mais. Esse projeto me ajuda. Meu sonho é retornar para minha terra”, diz o maranhense de São Luiz, capital do Maranhão.

Genival Francisco da Silva, 63 anos, estava empolgado para experimentar o acolhimento na pousada franciscana. “Não gosto de morar na rua, mas no momento não tenho dinheiro. Vou para esse lugar”, disse.

O clima de chegada na Pousada foi de alegria entre as pessoas em situação de rua, principalmente ao perceber que o local não tem grades ou portaria fechada. “Aqui tem até campo de futebol. Vai ser bacana. Acho que vou gostar daqui, mano”, disse um rapaz abrigado que pediu para não ser identificado. Ele tem vergonha da família descobrir – pelo Diário – que atualmente vive nas ruas. (MAS)

Matéria: Diário da Região
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