A comunidade terapêutica tem capacidade para 60 pacientes e foi criada em novembro de 2010, para acolher, e tratar os dependentes químicos, ajudando-os a recuperarem a dignidade e a cidadania roubada pela droga. No local, são atendidas pessoas de qualquer segmento da população, sem distinção de raça, cor, condição social, credo político ou religioso das pessoas atendida.
A internação de adultos do sexo masculino para desintoxicação é um trabalho pioneiro e bastante complexo. Os atendidos chegam à comunidade com autoestima muito baixa, forte crise de identidade, vínculos familiares rompidos e falta de perspectiva para o futuro. O corpo também está debilitado pelo uso contínuo dos entorpecentes. A higiene pessoal e a alimentação precisam ser acompanhadas durante o início do tratamento.
A triagem dos pacientes é realizada no Ambulatório de Álcool e Drogas, situado no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Presidente Prudente, e depois da avaliação, são encaminhados para comunidade terapêutica. A triagem é realizada por profissionais capacitados, como psicólogos, psiquiatras, assistente social, enfermeiro.
O tratamento se divide em quatro ciclos de aproximadamente 33 dias cada. Cada ciclo, divide-se por grupos de apoio que encontram-se nos mesmos aspectos sociais e psicológicos na etapa. O trabalho é desenvolvido por uma equipe técnica multidisciplinar formada por psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, terapeuta ocupacional, educador físico e monitores. Além da dimensão física e psíquica, o tratamento contempla a dimensão espiritual, para que o paciente redescubra a sua fé. São também elementos do processo de recuperação, palestras, intervenções e grupos terapêuticos adequado para cada fase de desenvolvimento.
A comunidade é organizada de forma que toda a rotina do paciente tenha uma finalidade terapêutica: a acolhida dos funcionários, o convívio com eles e outros internos nos momentos de refeição e trabalho, por exemplo, são essenciais para restabelecer o convívio social rompido pela dependência.
No período de tratamento, os pacientes participam ainda de oficinas terapêuticas, como marcenaria, serralheria, horta, jardinagem. Denominada laborterapia, essas ações ajudam a resgatar o sentido necessário à construção e ou reconstrução de sua identidade, trabalhando suas capacidades, potencialidades, qualidades, direitos e deveres como cidadãos visando reconduzi-los à sociedade com novos princípios.
A família dos pacientes também é acompanhada pela equipe. Quando o dependente químico adoece, a família adoece junto (co-dependência). Para o sucesso da recuperação do paciente e sua reinserção na sociedade, é indispensável que a família esteja preparada para recebê-lo. Todas as dificuldades enfrentadas por eles são trabalhadas na volta da internação, para assim prepará-lo a enfrentar os problemas do dia a dia.