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18/03/2017
Samaritana disse depois do encontro com Jesus
3 Domingo da Quaresma

Era por volta das dez da manhã o Sol já estava escaldante, era o tempo seco, acho que batia um pouco com aquela aridez que estava sentindo em minha pobre alma, peguei o meu cântaro e fui ao encontro cotidiano em busca de água no poço de nosso Pai Jacó, como era de costume. Sai de casa com os cântaro nas mãos, mas aquele caminho estava diferente algo me estranhava, a alma, o coração estava agitado, a meus pensamentos iam e voltavam, até pensei: acho que o Sol está tão forte que atordoou minhas ideias, recoloquei o meu manto sobre a cabeça pensando que ao menos amenizasse.

               Parecia que a estrada estava mais deserta como nunca, e cada vez que eu olhava aquele chão algo me dirigia, me convida a olhar para o chão da minha existência que estava tão seco como aquele, estava num verdadeiro confronto comigo mesmo, mas cada passo que eu dava algo mudava um desejo de chegar aquele poço, e não era cansaço do caminho e nem do peso do cântaro pois fazia esse percurso a anos, mas era algo diferente, não sei me aquietei e continuei passo a passo.

               Quando vi o poço de longe vi algo diferente daquilo que estava acostumada ver, me parecia que alguém estava sentado à beira do poço, algo estranho, tomei fortemente o cântaro nas mão pois era a única segurança que eu tinha, embora estava vazio tanto quanto eu. Caminhei mas com a cabeça baixa cobri meu rosto para o desconhecido, pensando fazendo isso ele sairá e me deixará pegar a água que eu vinha buscar.

               Quando me aproximei toquei no poço do outro lado a onde Ele não estava, e percebia que Ele me fixavas os olhos, e isso me desconcertava. Quando Ele irrompe o silencio e Diz: Dá-me de Beber. Ao ouvir isso percebi que era Judeu, automaticamente me revesti de um fechamento, de uma autodefesa, me senti ofendida, e não tive outra reação ao responder: Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou samaritana? Minhas mãos estavam tremulas, nunca tinha passado algo semelhante, estava cansada e ainda me pedes de beber.

               Ele não se afastou mas me respondeu algo que ainda hoje grita em minha alma: Se você conhecesse o dom de Deus, e quem lhe está pedindo de beber, você é que lhe pediria. E ele daria a você água viva. » Assim não tinha escapatória esse dialogo precisava ser encerrado eu precisava pegar a Água e voltar, respondi com voz forte:  «Senhor, não tens um balde, e o poço é fundo. De onde vais tirar a água viva? Certamente não pretendes ser maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, e do qual ele bebeu junto com seus filhos e animais!

               Ai Ele me olhou com um olhar amoroso que nunca tinha visto, e me disse Sorrindo: Quem bebe desta água vai ter sede de novo. Mas aquele que beber a água que eu vou dar, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe darei, vai se tornar dentro dele uma fonte de água que jorra para a vida eterna.

               Algo estranho aconteceu ao ouvir essas palavras não tive outra reação, estava completamente envolvida por um estado de graça, sentia a presença do Altíssimo, não podia mais perder a chance que Ele estava me dando, me ajoelhei e disse: Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise vir aqui para tirar.

               Ainda estava de Joelhos ele me pegou nas mãos me olhou era necessário que me ajudasse, que mexesse nas minhas estruturas que me esvaziavam, e me disse:: «Vá chamar o seu marido e volte aqui.»  Quando ouvi isso as lagrimas correram rapidamente eu respondi mesmo sem pensar: «Eu não tenho marido.»

Ele me disse: «Você tem razão ao dizer que não tem marido. De fato, você teve cinco maridos. E o homem que você tem agora, não é seu marido. Nisso você falou a verdade.

Meu chão toda minha vida desabou, realmente era preciso tomar a decisão, assumir uma nova condição de vida, aproveitei assumi diante dele todas minha pequenez e proclamei: «Senhor, vejo que és profeta!

Ele me olhou perguntou o meu nome: Eu disse: Hora sou Maria, Sou João, sou o Ser Humano que precisas da água viva. Ele disse pra mim: Não importa, eu sou Jesus o teu Senhor eu te conheço estou contigo tú es meu.

Daquele dia em diante nunca mais fui a mesma, a maneira que fui amada, transformou toda minha vida, não tive medo fui anunciar que tinha encontrado alguém que tinha me amado de forma sagrada, sem me condenar, mas com verdade e que tinha me dado a oportunidade de recomeçar, bendito seja aquele poço, aquele cântaro, que me levaram a viver ao meio dia a experiência que me marcaria pro resto da minha vida.

( Partilha da Samaritana)

Com fraternidade

Frei Joel Souza, fnpd

 

 

 

 

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