Mas um
dia minha vida tomou um sentido novo, tive uma oportunidade que jamais pensaria
que isso seria capaz de acontecer. Estava eu lá como de costume no cantinho da
humilhação, da mendicância, pedindo ajuda, o mínimo um pão duro um pouco de água,
pois sei que Amor, atenção não adiantava esperar, pois nunca ganharia.
Quando
de longe com meus ouvidos atentos percebi que vinham em minha direção, parecia
uma conversa, entre perguntas e resposta, não conseguia entender muito bem mas
me parecia que perguntavam, e dava a entender que era sobre minha pessoa: «Mestre,
quem foi que pecou, para que ele nascesse cego? Foi ele ou seus pais?» Quando ouvi isso me fechei tirei meu manto e
me cobri, pensando lá vem mais uma vez, os maltratados como se tivesse culpa de
ser assim, e eu que nem me atrevia a questionar o altíssimo sobre isso, só
quero paz, mas lá vem de novo a cobrança o preconceito, confesso que meus olhos
se encheram de lagrimas, minhas mãos ficaram frias, pois tiveras outras experiências
assim. Foi quando recolhido no meu medo, eu ouvi uma voz que respondia tal
pergunta: “Não foi ele que pecou, nem seus pais, mas ele é cego para que nele
se manifestem as obras de Deus. Nós temos que realizar as obras daquele que me
enviou, enquanto é dia. Está chegando a noite, e ninguém poderá trabalhar. Enquanto
estou no mundo, eu sou a luz do mundo. »
Meu
coração disparou nunca tinha ouvido algo tão profundo, nunca tinha ouvido
aquela voz, fui tomado por um estado novo de espirito, foi quando em meio a tudo
isso, fui tocado nos ombros, não tive medo estendi minhas pobres e frágeis mãos,
fui ajudado a levantar, era um silencio diferente, não era a indiferença acostumada
que já vivenciará várias vezes.
Em um
gesto diferente, senti que ele me passou algo nos olhos, me parecia lama, muito
esquisito, mas não pude deixar, pois o respeito com que era tratado me deixava atônito,
foi quando a quebra do silêncio e diz: Vá se lavar na piscina de Siloé. Não
tinha escolha, algo me impulsionava a ir lavar os meus olhos na aguas sagrada
de Siloé, fui e pela primeira vez alguém me ajudou, a chegar até lá. Minhas
mãos tremiam pois não saiam da minha mente e do meu coração as palavras dele,
foi quando eu como um gesto sagrado me baixei peguei a água para lavar meus
olhos, conforme ia tirando aquele barro, meus olhos eram invadidos por uma luz,
que ia se alastrando, as coisas iam tomando formas, não pude conter as
lagrimas, lembrara da palavra de um salmo do Rei Davi: O senhor olhou para mim.
No
caminho de casa eu pulava gritava, não conseguis esconder minha alegria, eu
tinha encontrado a Salvação, a verdadeira luz, me questionavam não era ele o
Cego, eu dizia disseste bem Era, não sou mais, recebi a graça a benção do Altíssimo.
Fui
questionado pelas autoridades religiosas da época, não pude e não quis esconder
quem tinha me devolvido a luz, que havia perdido, a oportunidade, de ver a
verdade, não me aceitaram de novo, fui expulso mais uma vez, como já estava acostumado,
não ligava o importante que algo novo tinha acontecido. Eu não sabia quem ele
era eu o procurava, ao menos para cair aos teus pês e proclamar Rabi, mestre.
Foi quando
numa tarde vi um homem se aproximando conversando com um grupo, meu coração se
encheu de expectativa, era algo parecido com aquele dia, foi quando ele me
disse: Você acredita no Filho do Homem? Eu respondi prontamente: «Quem é ele, Senhor, para que eu
acredite nele? » Ele me respondeu: Você o está vendo; é aquele que está falando
com você. » Nesse momento tudo se iluminou de novo, era a mesma
sensação quando meus pobres olhos deixaram a escuridão, Ele retornara viera ao
meu encontro era necessário terminar o que começaste, foi quando eu cai de
joelhos em lagrimas de gratidão: Eu acredito, Senhor.
Nunca mais o deixei continuei
seguindo e para quem podia eu anunciava ao seu nome, e pude perceber que a maior
cegueira que ele me curaste, não foi as dos olhos, mas foi da alma e do
coração, pois nunca mais minha vida foi igual, hoje também quero gritar a
todos: Ele irá nos iluminar e nós nos tornaremos iluminadores.
Um forte abraço.
Frei Joel Souza, fnpd