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30/03/2018
Encontro de dor e amor
Só o amor explica algo assim

Era noite já tinha iniciado a grande tortura, a injustiça maior de todos os tempos, Ele sem direito a se defender foi entregado como um malfeitor. Eu desde o primeiro momento quis estar com Ele, mas a força da maldade humana, me impedia de chegar perto de meu filho.

               Eu estava lá quando Pilatos o entregou, eu quis gritar em meio à multidão, mas fui tomada por uma constante presença, do Abbá, que não tinha nos abandonado, naquele julgamento que não saia nem a minha voz, eu só conseguia ter os olhos fixos nele. A condenação foi executada, aqueles gritos me cortavam a alma, levaram Ele, o meu filho para ser cruelmente judiado, espancado.

 Eu tentava me aproximar mas a multidão em gritos me comprimia, a multidão me apertava, parecia que muitos estavam tomados por um estado de ânimos, agitados por aqueles que deveriam ser sinal de justiça, e de interligação entre nós o povo e o Altíssimo. Percebia muitos dentre a multidão que não aprovavam tal gesto pois muitos de uma maneira ou outra tinham conhecido a proposta do Pai através do gesto de meu filho, mas atônitos se mantinham calados, até intendo e não os culpo, pois todos nós éramos constantemente olhados e tínhamos medo que algo acontecesse com minha família.

Fui me afastando consegui encontrar um canto, parecia que um memorial vinha em minha mente, Ele meu filho Yeshua, eu tinha certeza que não acabaria assim, era necessário segurar a dor de mãe, e sobressair a mulher de fé, a serva do Senhor, eu nada falava ao Altíssimo, só de forma dolorosa até num dilacerante silêncio mais uma vez repetia, faça-se.  Foi quando derrepente a multidão toda se agitou era Ele que aparecia, sim mas todo ferido o via de longe todo ensanguentado, com algo na cabeça, que não conseguia ver, pois as lagrimas deixavam minhas vistas turvas, confesso que minhas pernas se bambearam, fui aparada por minhas irmãs e alguns dos discípulos Dele.

Se não bastasse isso eu ouvi, quando o entregaram nas mãos dos que estavam tomados pelo ódio, pela ira, ouvi eles dizendo Crucifica-o, Crucifica-o. Percebi que era algo que ia mais além, da mãe do Senhor, sairia dali a mãe de um crucificado, de um criminoso, assumia em mim também essa chaga da dor de tantos e tantas que de forma cruel padeciam disso. Vi alguém se aproximando dele, era com a haste pesada de uma cruz, eles de forma cruel o jogaram no chão, e colocaram em seus ombros, e obrigaram através de gestos violentos a se levantar e começar o seu caminho de total aniquilamento, de se esconder no mistério de um verdadeiro amor.

Eu fui atrás dele durante as ruelas tentava entrar, queria chegar perto dele mas a multidão me empurrava, foi quando eu percebi, que ele estava no chão, fui arrematada, por uma força, que me tirou de onde eu estava sai correndo e fui ao encontro de meu filho que já estava todo machucado, ferido. Sai empurrando todos que me impediam de chegar lá, foi quando eu me ajoelhei diante dele e o chamei pelo nome, ele de cabeça baixa, me olhou e disse minha mãe. Ao ouvir essa saudação, não pude esconder minhas lagrimas, mas permanecia em silencio, pois meu coração e minha alma era impactada, por tamanho mistério de amor. Era um misto de dor por ver meu filho assim, mas ao mesmo tempo de gratidão por ver tamanha, coragem, tamanha integridade Dele, assumia de forma tão sofrida o que pregou e fez durante sua missão, dar a vida pelo outro.

Nesse instante que durou tão pouco mas parecia uma eternidade, parecia que ali naquele chão, naquele lugar só existia eu ele, na troca de olhar nosso comecei a fazer memória de tantos homens e mulheres, vítimas do ódio, da injustiça, da violência, vítimas do desamor, quando que precisavam através daquela entrega total, recomeçar a vida, se sentir amado. Ele me olhava e eu com as mãos em seu rosto ferido, o contemplava. Foi quando olhei para os céus e disse, vai meu filho derruba os poderosos de seus tronos, eleva os humildes, faça a vontade de vosso Pai, o nosso Deus, pois creio em sua promessa, Ele está conosco e sempre estará, eu creio por isso permanecerei como aquele dia que recebi com a alegria a promessa que Ele me chamou a ser tua mãe, permanecerei mesmo com o coração ferido de uma mãe, eu direi mais uma vez faça-se.

 Foi quando ele tocou em meu rosto e disse Sim mãe, Faça-se, aqui estou. Fui empurrada de forma que um guarda me jogou longe, ouvi alguém dizer ela é a mãe desse malfeitor. Eu me levantei e disse dentro de meu coração eu sou a mãe do Salvador, por isso com lagrimas gritei Minha alma engrandece ao Senhor, e continuei acompanhando o caminho doloroso de meu filho até o Gólgota, pois sabia que seria um novo recomeço em nossas vidas em nossa história.

 Um forte abraço.

Frei Joel Souza, fnpd


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