Palavra Nova esta! Dá impressão que foi Francisco de Assis
que inventou! Se não foi ele, o certo é que foi ele quem a Encarnou e Viveu!
Vem do latim: “minor”, que pode ser traduzida como humildade, pequenez,
serviço, despojamento, desapropriação, simplicidade. Se opõe a poder,
prestígio, fama, status, aparência, deslumbre!
“O maior seja como o menor, e quem manda, como quem serve”.
(Lc 22, 26)
“Sendo de condição divina, não considerou o ser igual a Deus
como algo a se apegar ciosamente, mas esvaziou-se a si mesmo e assumiu a
condição de servo. Humilhou-se e foi obediente até a morte e morte de cruz”
(Epístola de São Paulo)
É uma característica essencial para quem quer levar uma Vida
Franciscana! Pode-se dizer que MINORIDADE É A ARTE DE PASSAR DESPERCEBIDO. É
como numa partida de futebol, quando não se fala do juiz, quando ele não é nem
percebido é porque é um ótimo árbitro! É A ARTE DA DESCOMPLICAÇÃO! É ser como a
água… que procura sempre o lugar mais baixo, mais simples para passar…e ali
escorre calma e tranqüila; mesmo quando encontra um obstáculo… bate de leve,
mas passa de lado sem criar maiores problemas.
“A Minoridade faz-nos solidários com os últimos da
sociedade”
(Regra Não-Bulada, 9)
A MINORIDADE É UM TESOURO DA ESPIRITUALIDADE!
Por isso podemos dizer que ela tem uma DIMENSÃO VERTICAL,
isto é, uma Confiança e um Abandono radical ao Deus da Vida. Abandonar-se
inteiramente na Grandeza de Deus! Deus dá e o Humano recebe! Nada guarda para
si…mas transforma o que recebe em Serviço, Doação, Generosidade.
“É preciso que Ele cresça e eu diminua”
(Jô 3,30)
Se no latim é “minor” no hebraico é “anaw”, “anawin”, que
quer dizer os Menores de Deus! ” Senhor, quem sois vós e quem sou eu? Vós o
Altíssimo Senhor do céu e da terra e eu um miserável vermezinho vosso ínfimo
servo!” Se houver um deslumbramento, somente diante da Potência de um Deus que
se faz Pequeno. Francisco imitou este Deus que se fez menor na pessoa de Jesus
Cristo. O Verbo de Deus se humilhou para cumprir uma missão junto ao gênero
humano. Deixou as riquezas e as glórias celestiais para experimentar os limites
da terra dos humanos. Viveu simples com os simples, pobre com os pobres, transparente
com todos. Por isso que Francisco diz: “A extraordinária condescendência que o
Senhor do Universo, Deus e Filho de Deus, de tal maneira se humilha, que por
nossa salvação se esconde debaixo de uma pequena forma de pão!” E exclama
também: “Ó sublime humildade! Ó sublimidade humilde! ” Um Deus que escolhe o
menor lugar para servir e alimentar a todos!
“Nada desejem a não ser o louvor de Deus, o progresso da
Ordem, o bem de suas almas, a salvação de todos os irmãos”
(Espelho da Perfeição” 80)
Francisco diz que o humano vale somente aquilo que é diante
de Deus e mais nada! A Minoridade é buscar a força de Deus e ser instrumento da
bondade divina! É ser como a IRMÃ LUA : deixar passar a Luz do Grande Outro!
Sem vida e sem água a Lua podia ser nada… mas pelo contrário, ela reflete a luz
oculta do Irmão Sol! Não é o centro focal do universo, mas não deixa de
brilhar!
A MINORIDADE É UM TESOURO DA CONVIVÊNCIA!
Por isso podemos dizer que ela tem uma DIMENSÃO HORIZONTAL,
isto é, uma atitude de acolhida, uma atitude de Prontidão Constante! É ser por
demais ACESSÍVEL A TODOS! É ter uma disposição interior que nos exige aceitar
como nós somos, aceitar os outros do jeito que eles são… sem nos considerar
superior aos outros, ou mais dignos, ou mais capazes… Ser Menor é não se
prender a cargos, ofícios, títulos, honrarias…
MINORIDADE É O CONTRÁRIO DE PUBLICIDADE!
Não é uma disposição artificial de humilhação, mas sim uma
apreciação justa, objetiva e precisa do Bem e do Mal que existe em nós! O
verdadeiro menor sabe a justa medida de todas as coisas! Sabe tomar o lugar que
lhe corresponde e comporta-se com naturalidade! Não faz grandes exigências… mas
faz muito bem o que é para ser feito. Serve sem esperar recompensa.
A Minoridade sabe conviver com gente desprezada, pobre,
enferma, com os excluídos e os mendigos do caminho. Mas não agride ou julga os
que se vestem com luxo, comem com abundância, tudo possuem… O menor examina-se
a si mesmo antes de criticar os outros.
“A Minoridade faz-nos solidários com os últimos da
sociedade”
(Regra Não-Bulada, 9)
“Todas coisas pequeninas da vida, quando postas em prática,
concretizam o Minorismo. Mas também fazer o gesto que a outra pessoa precisa e
que ninguém se lembra de fazer. Fazê-lo com delicadeza, de tal forma que a
gente se complete com o outro, para que ele também se sinta bem de Deus”
(Dom Paulo Evaristo Arns)
Criação: Frei Vitório Mazzuco F°