Mas
quando nosso povo soube que Ele tinha ido foram a pé, em busca daquele que
poderia ser a razão de suas vidas. E quando chegamos lá o povo já se
encontrava, famintos, necessitados, confesso que olhei pra Ele o mestre, e
murmurei, a gente não tem direito de ter um tempo pra gente, um tempo pra
reorganizar nossa mente nosso coração diante dos últimos desafios vividos. Mas
Ele diferente de mim quando viu o seu povo, o seu rebanho sorriu desceu do
barco e imediatamente foi ao encontro deles, com amor afetivo e efetivo olhando
pra cada um como se fosse o único que estivesse ali. Fazia questão de Curar,
tocar a todos, era cuidadoso ouvia cada um com maestria, com amor sem igual
pois só esses fatos já os curavas.
Me
aproximei dele, pois estava preocupado com Ele, e disse Senhor despeça eles já
é tarde e não temos o que comer pra tanta gente, mas mais uma vez Ele me
ensinou olhou pra mim e disse: Não mande
eles embora, dai-lhe vos mesmo de comer a eles. Sinceramente me senti
desesperado olhei pra multidão e não achava uma solução, estava fechado
preocupado somente com minha fome existencial, olhando só pra minha dor. Foi
quando um dos meus irmãos disseram a Ele: Só temos aqui cinco pães e dois
peixes. Ele mais do que rápido pediu que levasse a Ele, estava radiante,
extremamente preocupado com seu povo, pediu que sentassem em grupos.
Pegou os
pães e peixes deu graças ao Pai e começou a sagrada Partilha, nos chamou e
pediu pra que levasse a todos, que também tocado por esse gesto sacramental,
começaram a partilhar o que tinham, nunca quero esquecer a gratuidade desses
que estavam sentados naquela grama, naquele chão Sagrado. Foi quando Ele me
chamou acho que queria terminar em mim a Obra que ele tinha começado, pediu com
um sorriso e olhos fixos nos meus olhos, por favor ajude a recolher o que
sobrou pois existem outros que também necessitam, não é só nós que temo fome.
Minhas pernas pareciam bambas, fui pegando o cesto, e cada pedaço que recolhia,
meu coração, ardia, pois nesse dia aprendi com Ele o mestre dos mestre, que
nossa vida só tem sentido quando nós somo capazes de nos colocarmos no lugar do
outro.
Como
quero agradecer esse encontro pois creio que o mais famintos de todos, o mais egoísta,
foi totalmente encontrado, amado, curado.
Por isso a partir daquele dia fiz da minha vida um pequeno pão e um
pedaço de peixe que pode alimentar quem eu encontrar pois não quero que ninguém
saia da minha presença sem encontrar aquele que me alimentou que é Ele.
Um forte abraço.
Frei Joel Souza, fnpd