Naturalmente
Nem sempre aceitamos a transformação como algo natural a todas as criaturas, talvez a grande dificuldade
está em aceitar o que muitas vezes dizemos querer, isso ocorre pelo fato de que junto com a transformação vem a necessidade de vermos o que está diante dos nossos olhos e não mais a idéia que criamos a partir de conduta anteriores, nem sempre a mudança gera conforto para quem dizia esperar e querer, por exemplo temos um individuo que é caracterizado por um hábito o qual o identifica e o rotula e, ele passa a ser visualizado como: o mentiroso, o preguiçoso, fofoqueiro etc.
Quando esse hábito que o caracteriza é extinto, causa espanto e ao mesmo tempo desconfiança nas pessoas, essa incredulidade é dada pela perda que sentimos quando perdemos o ponto de referência do outro e passamos a ter que encontra outras característica nele, que às vezes acabamos descobrindo que são melhores e sobressaem as de muitas pessoas que anteriormente, tínhamos como referência.Essa dinâmica não é nova, Jesus foi comparado com comilão e beberão Mt 11:19, pois para alguns era mais cômodo vê-lo assim do que seguir sua proposta de vida.
No evangelho de São Lucas, a prostituta chamada de pecadora e gera espanto quando lava os pés de Jesus, podemos ver o quanto essa atitude os incomodou.
Não é difícil, termos como respostas as características descritas por terceiro como negativas, referente ao um sujeito o qual não entra no padrão que desejemos para ele.
É muito comum o espanto dos pais quando seus filhos entram na adolescência e começam a ter suas características próprias e sua independência, mudança que às vezes foi desejada pelos pais, que gera espanto na prática, pelo fato desse rompimento de dependência.
Poderíamos nos perguntar: será que queremos mesmo que o outro mude? Estamos prontos para mudarmos diante da mudança do outro? Ou está cômodo ver o outro a partir do seu estereótipo? Não é muito difícil escutarmos as pessoas nos cantos se questionarem: fulano mudou o que aconteceu? Ele esta diferente, não é? Ele não era assim... De fato não era, ele nasceu chorando, passou seus primeiros dias gatinhando e agora anda com suas próprias pernas.
Frei Josias Freire Peixoto