Amados
irmãos e irmãs, a liturgia desse domingo nos convida à refletirmos sobre um tema
importante de nossa fé: a nossa vida de oração. Durante a leitura dos textos
sagrados podemos perceber os exemplos de Abraão e também de Jesus sobre a
importância da oração e isso nos ensina que a nossa atitude deve ser uma
atitude de diálogo com Deus, de abertura da mente e do coração.
No evangelho
de hoje Jesus está no monte, está em oração, em diálogo com o Pai e essa é uma das
virtudes de Jesus, está sempre em sintonia como Pai.
Assim, ao
descer do monte os discípulos pediram: Senhor, ensina-nos a rezar! Jesus
prontamente ensinou aos seus discípulos e depois a todos nós rezarmos a grande
oração do amor, a chamarmos Deus de Pai e nos convida a repartirmos
o pão.
Disse-lhes
Jesus:
«Quando orardes, dizei:
‘Pai, Santificado seja o vosso nome;
Venha o vosso reino; Dai-nos em cada dia o pão
da nossa subsistência;
Perdoai-nos os nossos pecados, porque também
nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’
».
Através
dessa bela Oração ensinado por Jesus: podemos aprender que fazemos ao Pai sete
pedidos. Vejamos, para que nossa Oração seja mais forte e chegue ao céus ao
Coração do Pai:
1.
Santificado seja o vosso Nome
O primeiro pedido é um louvor e uma ação de graças, pois santificar o nome de Deus é reconhecer com gratidão toda a obra de revelação, de salvação e de santificação que Ele fez em nosso favor.
2.
Venha a nós o vosso Reino
O Segundo
pedido deseja a vinda plena do reino e, ao mesmo tempo, se comprometem por
viver de acordo com a sua realidade no hoje, na expectativa final onde Deus
será tudo em todos.
3.
Seja feita a vossa Vontade
A vontade
do Pai nos foi revelada por Cristo como realidade salvífica universal e como
mandamento de amor. Jesus é a máxima expressão do cumprimento da vontade do Pai
e, na unção do Espírito, a Igreja prolonga esta vida de obediência.
4.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje
Quando
pedimos a Deus o pão, confessamos que Ele é o Deus bondoso que cuida de nós,
seus filhos amados, e que nos dará aquilo que nos é necessário para vivermos.
Esta prece nos liberta da escravidão pelos bens, pois coloca nossa segurança em
Deus.
5.
Perdoai-nos as nossas ofensas
Este
pedido confessa, ao mesmo tempo, a nossa condição de homens fracos e pecadores
e a condição misericordiosa de Deus. Temos a certeza de que Ele está sempre
disposto a nos perdoar. Contudo, Ele nos coloca diante de uma condição: “como
nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Devemos entrar na mesma dinâmica, na
qual oferecemos aos irmãos aquilo que queremos de Deus: o perdão.
6.
Não nos deixeis cair em tentação
Este
pedido quer evitar que caiamos, à semelhança de nosso pais (cf. Gn 3), no
pecado. A tentação é aquela insinuação que é feita a nós, para que consintamos
em escolher como bem aquilo que não corresponde à vontade divina. Jesus, nesta
oração, nos ajuda a reconhece a necessidade do dom da fortaleza, da
perseverança e do discernimento para não nos afastarmos da vontade de Deus.
7.
Mas livrai-nos do mal
Este
último pedido se refere ao diabo, aquele que se atira no meio do plano de Deus
e da obra de salvação realizada em Cristo (cf. CIC, nº 2852). Com esse pedido,
Cristo entrega à Igreja uma oração na qual se pede para que os homens sejam
libertados de todos os males, presentes, passados e futuros, trazendo a miséria
do mundo e apresentando-a a Deus.
Assim,
aprendemos um pouco mais sobre a beleza da oração do Pai nosso e que devemos
buscar rezar mais com a alma e com o coração, não só como parte da missa e de
nossas orações de Cristão. Precisamos adentrar no mistério da intimidade de
Deus, como dizia Santa Edith Stein (Teresa Benedita da Cruz): "O lugar de cada um
de nós depende unicamente da nossa vocação. A vocação não se encontra
simplesmente depois de ter refletido e examinado os vários caminhos: é uma
resposta que se obtém com a oração”.
Um forte
abraço ao teu coração!
Frei Joel
Souza, fnpd